sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Por que alguns jovens são atraídos pelo crime?

Descubra a razão deles verem o crime como algo prazeroso

Durante a adolescência, muitos jovens buscam construir uma imagem popular e original de si mesmos nas redes sociais, por meio de selfies que são feitos em diferentes ângulos e poses e em situações que eles julgam serem as mais “descoladas”. Por causa dessa busca de identidade, o jovem, que é questionador por natureza, muitas vezes apresenta um caráter rebelde. Alguns até ultrapassam os limites e adotam atitudes criminosas e destrutivas somente pelo fato de saber que os adultos os reprovarão.
No último dia 11, quatro jovens roubaram um veículo no município mineiro de Andradas. Em fuga, foram perseguidos pelo dono do carro que seguia em um outro veículo, que pegou emprestado. O jovem que dirigia o automóvel furtado perdeu o controle, bateu em uma árvore e capotou em seguida. Joyce Mariane Justiano, de 15 anos, e Débora Cristiana Fernandes, de 17, faleceram no local. João Alves Marcondes, de 19, morreu a caminho do hospital. Já Alex Fernando dos Reis, de 21, seguia hospitalizado até o fechamento do jornal.
Eles buscaram o crime como forma de diversão e terminaram de forma trágica. Uma das jovens já tinha passagem pela polícia. Joyce Mariane havia sido detida por tráfico de drogas em março deste ano. Ela tinha 29 pedras de crack escondidas no sutiã, mas foi liberada, pois não tinha antecedentes criminais. Em seu perfil numa rede social, a polícia encontrou fotos da jovem portando um revólver, além de comentários nos quais ela fazia apologia ao crime e afirmava fazer parte de uma “firma”, gíria que significa organizações criminosas.
Portar armas, fazer parte de gangues, roubar carros, vender drogas e outros crimes faziam parte do que a jovem considerava um comportamento ideal. Ela queria construir uma identidade e queria viver uma vida na qual o perigo da criminalidade e a emoção de sentir-se parte de um grupo, mesmo que fosse uma gangue, a fizessem se sentir única e original. Esse fascínio pelo crime parece atingir jovens de várias classes sociais. Eles não são criminosos pela necessidade, mas pelo puro prazer de transgredir a lei. O que a família e o Estado podem fazer com jovens que pensam estar se divertindo enquanto cometem crimes? Políticas mais eficazes de incentivo aos esportes, educação integral, acompanhamento intensivo da família e envolvimento com atividades que ocupem o tempo livre do jovem podem ser saídas para essa crescente violência gratuita.

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