Conheça a história de vida do pastor Pedro Paulo dos Santos e sua esposa Nilda da Silva Santos
O pastor Pedro Paulo dos Santos, de 42 anos, e sua esposa, Nilda da Silva Santos, de 45, são de Suzano, interior de São Paulo. Ele assaltou bancos, foi muito cruel e chegou a tirar sangue de rivais no mundo do crime para beber. O casal passou parte de seu trabalho evangelístico em Vitória, no Espírito Santo. Ficaram lá sete anos e não à toa, pois este é o segundo estado mais violento do Brasil. Lá, tiveram contato com o sofrimento que a criminalidade causa à população. Ninguém melhor para cuidar desse assunto do que alguém com conhecimento dessa realidade. Confira a entrevista do casal e saiba o que é preciso para mudar uma história como essa.
Como vocês se conheceram?
Ela: Foi no Grupo Jovem. Ele se interessou por mim, me pediu em namoro e eu não quis. Achava que ele não era a pessoa adequada para mim. Depois de um mês, já havia mudado meu pensamento, pedi a Deus que, se aquela união fosse de Sua vontade, nascesse algum interesse em mim; e que, se não fosse de Deus, que tirasse dele as intenções dirigidas a mim, não queria ninguém sofrendo por minha causa. Um dia, viajei e fiquei longe um tempo e, de repente, me peguei com saudade daquele cara chato que me aborrecia. Deus havia colocado o desejo em mim, aquela saudade era o amor nascendo.
E vocês dois tinham o mesmo objetivo de viver em prol dos outros? Acham isso importante em um casamento?
Ele: Os dois precisam ter um só pensamento, quando um não tem, o fracasso vem. É impossível servir a Deus em dois pensamentos. É uma decisão tomada pelos dois sempre.
Ela: Sim, é importante. Se um homem decide que quer isso para a vida dele, precisa procurar uma mulher com os mesmos objetivos, senão ele será para sempre frustrado. Se ela ficar com alguém que não deseja servir na Obra, ela vai abrir mão de um sonho que Deus colocou no coração dela em função de alguém.
Como vocês decidiram se converter?
Ele: Eu vim de uma família sofrida, até os 20 anos eu vivi na criminalidade. Fui expulso oito vezes da escola. Sou o caçula de 14 irmãos e, por isso, meus pais não tinham condições de dar assistência a todos os filhos. Fui para o mundo do crime pela facilidade de ter dinheiro e, assim, poder ajudar meus pais. Um dia, minha irmã soube que teria um acerto de contas entre facções e meu nome estava na lista para ser morto. Ela foi à Universal e começou a fazer corrente por mim. Disse que não aceitaria enterrar o irmão dela e muito menos perdê-lo para o mundo do crime. Ela me convidou a vir e eu aceitei. Vim para a Universal desesperado e com medo de tudo. Percebi que se eu não me entregasse a Deus morreria. Morri para esse mundo do crime e renasci, desta vez, para Deus.
Ela: Meu pai era alcoólatra, minha família era destruída e vivia na miséria. Na adolescência, eu só queria saber de balada e diversão, era uma jovem extremamente vazia. Vivia rodeada de amigos, mas chorava muito escondido e estava sempre deprimida, nunca dava certo em nenhum relacionamento amoroso. Meu irmão frequentava a Universal e um dia me levou. Fui com 20 anos, mas a conversão só veio com 23, porque a minha entrega tinha sido apenas dentro da igreja, fora dela, minha vida era a mesma. Um dia, dei um basta. Eu precisava parar de servir a Deus do meu jeito, precisava ser do jeito dEle. Brinco que até então eu apenas paquerava Deus, quando decidi servi-Lo foi nosso casamento. Larguei tudo, as bebidas e os amigos que nada acrescentavam à minha vida.
Vocês passaram sete anos no estado do Espírito Santo, um dos mais violentos do País. A violência era uma das razões daqueles que iam à Universal?
Ele: Estivemos no bairro mais perigoso da capital.Um dia, depois de um acerto de contas, havia no bairro corpos estendidos. Fui chamado para dar apoio às famílias. Também tinha toque de recolher e muitas vezes precisávamos fechar a igreja porque aconteceria na região algum acerto de contas entre facções. Recebíamos muitos parentes de bandidos e muitos bandidos também. Acredito que meu testemunho ajudou muitas mães a terem força para lutar.
Ela: Lá era violento, mas a violência era entre as facções. Éramos respeitados em todos os lugares que chegávamos. Conhecemos muita gente lá que perdeu parentes e amigos para a violência. A maior queixa é o desespero de ver os filhos se perdendo no mundo do crime e as mães sabem que, se o filho não se converter, ele vai morrer, porque não existe outro caminho. É morrer ou ser preso. Temos que trabalhar muito a confiança em Deus pela Salvação dos filhos. Mas o trabalho lá é ótimo porque o povo corresponde e é fiel.
Teve algum caso que mais os marcou nesses anos todos de Obra?
Ele: Teve um em Vitória.Uma moça veio se despedir de nós para se internar na UTI. Ela achou que fosse morrer por causa de um tumor no cérebro e por isso também deixou o marido, pois não queria que ele sofresse. Além disso, estava grávida. Os médicos constataram que o bebê havia morrido em seu ventre. Então, ela foi internada para retirar o feto morto. Oramos muito por ela e, no final, o bebê reviveu e ela o levou à igreja para conhecermos. Se chama Vitória e é o maior milagre que já vi em meu ministério. Ela também se curou do tumor.
O que um mais gosta no outro?
Ele: Gosto da sua sinceridade. Ela não tem medo de nada, assumimos juntos tudo o que vier. Ela é romântica, é atenciosa, boa esposa e cozinha muito bem. Gosto da boca dela e o sorriso dela é lindo.
Ela: Gosto da maneira como ele acredita em mim. Mesmo quando eu não acredito, ele sempre acredita e me dá forças. Gosto do jeito que ele me trata, da sinceridade dele, quando tem algo que incomoda ele fala logo, está sempre querendo me agradar, sem eu falar ele já sabe o que estou pensando, mesmo que às vezes eu não queira que ele saiba (risos). Também gosto do sorriso dele. Ele é muito bem-humorado, me faz rir a todo momento. Ah, eu gosto de todo físico dele, desde os olhos, a boca até a maneira como ele penteia os cabelos.
O que vocês gostam de fazer nas horas vagas?
Ele: Passear, almoçar com os amigos, ir ao cinema, jogar boliche, mas também somos caseiros, gostamos de ficar em casa e assistir a um filme.
Qual é o segredo para quase 20 anos juntos?
Ele: Além da sinceridade, a renúncia. Pensar constantemente no bem-estar do outro. Também cultivamos sempre o respeito e o carinho.
Ele: Passamos uma semana e foi uma bênção. Foi maravilhoso. Fomos ao Túmulo de David, a Jerusalém, a Tel-Aviv e fizemos uma excelente refeição em um kibutz. A sensação para mim é que Jesus realmente esteve ali, eu caminhei onde ele caminhou, me batizei nas águas que ele se batizou, não existe nada mais glorioso do que isso.
Ela: Gostei de tudo, andar em Israel é andar dentro da Bíblia, não tem nada que eu tenha gostado mais. As palavras não são capazes de descrever. É muito forte.
Você passou muitos anos no mundo do crime. Tem um recado para os jovens que estão hoje nessa situação?
Ele: Todos veem o que Deus fez na minha vida. Ele também pode fazer na sua. Ele me restaurou, não sou mais um bandido, um drogado, um mau filho. Hoje tenho uma família, tenho um casamento e uma esposa ao meu lado. Tenho prazer em viver e sou muito feliz, apenas Deus é capaz de restaurar uma vida perdida. Eu sou a prova disso, eu sei.
Perfil do casal
Prato preferido
Ele: peixe assado
Ela: nhoque
Ele: peixe assado
Ela: nhoque
Um desejo
Ele: fazer a Obra fora do país
Ela: voltar a Israel
Ele: fazer a Obra fora do país
Ela: voltar a Israel
Time de futebol
Ele: Corinthians
Ela: Corinthians
Ele: Corinthians
Ela: Corinthians
Filme preferido
Ele: "Guerra Mundial Z"
Ela: "Madagascar", adoro desenhos
Ele: "Guerra Mundial Z"
Ela: "Madagascar", adoro desenhos
Uma saudade
Ele: do Espírito Santo
Ela: dos meus pais
Ele: do Espírito Santo
Ela: dos meus pais
Momento marcante
Ele: nosso casamento
Ela: viagem a Israel
Ele: nosso casamento
Ela: viagem a Israel
Nenhum comentário:
Postar um comentário